do sopro para o caule
Lugar do desenho, gondomar, 2016
© Créditos fotográficos: Tiago Madaleno
Do Sopro para o Caule (2016)
Vista de instalação
Do Sopro para o Caule invoca uma abordagem pseudocientífica para explorar uma premissa absurda: a criação de uma máquina que permitisse fazer coincidir o gesto de soprar com o crescimento do caule de um girassol.
O projeto surge na tentativa de resposta à pergunta: como trazer as ações para as imagens? Como evitar uma relação ilustrativa com a sua produção, como evitar que elas se limitem a constatar os fenómenos que representam? Como canalizar a presença do corpo para as imagens e, ao mesmo tempo, garantir para as mesmas um potencial de intervenção no real?
Através da construção de múltiplos dispositivos que vão desvinculando gestos do quotidiano da sua função original, como soprar, plantar, regar, mapear, procura-se não só ampliar as possibilidades de sentido desses mesmos gestos, como permitir a inclusão do corpo no processo de construção das imagens. Nesse sentido, o espectador poderia durante a observação dos dispositivos recuperar esses gestos, quase como se reencenasse a performance necessária para a produção das imagens.
Do Sopro para o Caule divide-se em três núcleos de trabalhos ancorados nas especificidades técnicas e funções para as quais foram construídos três dispositivos: 1) Do Sopro para o Caule - instrumento de medição foca-se no estudo do crescimento de um girassol, sistematizando esse crescimento em regras aplicáveis numa segunda fase; 2) Do Sopro para o Caule propõe a coincidência do gesto de soprar com as formas estudadas anteriormente; 3) Do Sopro para o Caule - sete percursos reformula a aplicabilidade para a qual foram destinados os estudos das fases anteriores, propondo um novo sentido e funcionalidade para esse material.
Explora-se um vínculo entre a imagem e uma ideia de função, mesmo quando essa função, por vezes, se associa a uma ambição absurda ou irrealizável, mesmo quando essa função se destina apenas a potenciar o imaginário.