Um jardim à noite
RAMPA, porto 2020
© Photo credits: Tiago Madaleno e RAMPA
Ervas Daninhas (2019-2020)
Tinta fotoluminescente sobre paredes e chão, textos escritos em inglês, dimensões variáveis
Sapatos Vermelhos (2019-2020),
Peça sonora (25’, quatro canais), sincronizado com o vídeo e sistema de iluminação
Silhueta de um Estranho (2020),
Projecção de vídeo (25’, Full HD, cor, loop)
Um Jardim à Noite parte de um jardim que havia pertencido ao artista alemão Kurt Schwitters (1887-1948) quando este ainda era uma criança. Este jardim, que foi destruído por um conjunto de crianças suas vizinhas, é o mote simbólico para o desenvolvimento de uma ficção.
Através da apropriação e recontextualização de narrativas provenientes do universo de Schwitters, especula-se em torno dos paradoxos inerentes àquele jardim: como representar um jardim não dominado pela autoridade do gesto humano, que abrace a sensação de vertigem ou o trauma? Como pode um jardim incorporar uma ideia de fragilidade, em que a mão do jardineiro surge enfraquecida? Se um jardim geométrico gera um corpo coreografado, um jardim a ser destruído poderá encontrar a sua correspondência com um corpo espasmódico, incapaz de agir racionalmente?
Sob a forma de uma instalação, Um Jardim à Noite pensa o jardim como um espaço-entre: entre diferentes eventos temporais, entre corpo e movimento, entre memória e evento, entre registo e performance.
Um Jardim à Noite foi desenvolvido graças ao apoio à criação artística do programa Criatório 2019, patrocinado pela Câmara Municipal do Porto e em colaboração com a RAMPA.
Texto da folha de sala: Dança Daninha de José Costa