Uma folha no bolso
Estabelecimento Prisional do Porto, Matosinhos 2022
© Créditos fotográficos: Filipe Braga
Vista da instalação
Tinta acrílica de exteriores sobre parede.
Dimensões totais: 3,22 x 37,80 m.
Vistas da instalação de Uma folha no bolso - "Projeto janelas para o mundo”. Estabelecimento Prisional do Porto (Custóias), Matosinhos, de agosto a novembro de 2022, integrada no programa do Serviço Educativo do Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves, Porto.
Uma folha no bolso* toma a hera como o elemento central para falar sobre idealizações e paisagens perdidas, sobre obsessões e desejos de escapismo. Retorna-se ao universo do artista alemão Kurt Schwitters (1887 - 1948), que já havia sido uma referência e uma personagem de ficção no projecto Um Jardim à Noite (2019 - 2020), como mote para a construção de um novo capítulo. Desta vez, parte-se de um episódio da sua presença no Hutchinson Camp, na Isle of Man onde, enquanto aguardava poder sair em liberdade, procurava encontrar formas de evasão em recordações de paisagens norueguesas.
Uma folha no bolso é resultado de um convite do Museu de Arte Contemporânea de Serralves para projectar uma pintura mural para o Estabelecimento Prisional do Porto (Custóias), em Matosinhos, como parte do projecto “Janelas para o mundo” organizado pelo seu Serviço Educativo.
* Há uma tradição no folclore anglo-saxónico em que a folha de uma hera serve como o talismã, o símbolo, que sela um compromisso com um jogo: um rapaz ou uma rapariga colocam uma folha no bolso (ou junto ao peito, segundo algumas variantes) e cantam uma lenga-lenga que enuncia que o próximo homem/mulher que com eles falar com eles deverá casar. Um jogo de adivinhação amorosa, que na verdade assinala a projecção de um desejo.